Após o Ensino Médio, quem pretende construir uma carreira acaba se deparando com uma dúvida: fazer faculdade ou curso técnico? Cada opção tem um objetivo, e conhecer as diferenças entre ambas será crucial para que você eleja a melhor de acordo com seus planos. Dessa maneira, não só aumentam suas chances de acertar ao prosseguir seus estudos, como também reduz-se a possibilidade de futuros arrependimentos.
Enquanto cursos profissionalizantes atendem melhor quem quer obter uma formação em menos tempo para ingressar mais rápido no mercado de trabalho, a faculdade é um investimento mais longo que pode gerar maior retorno financeiro.
Veja em detalhes o que cada nível de ensino tem a oferecer para a sua formação:
O que é um curso técnico?
Os cursos técnicos de nível médio caracterizam-se pela curta duração, que varia entre 18 e 24 meses. Para cursá-los, é preciso comprovar a conclusão do Ensino Fundamental. Na escala da evolução acadêmica, eles ocupam um nível intermediário entre o Ensino Médio e o Superior.
O foco dessa modalidade da educação é a capacitação rápida para ingressar em algum setor produtivo do mercado de trabalho. E como seu objetivo é formar trabalhadores, são mais voltados à prática. Em tempos de crise econômica, o curso técnico é uma boa opção, pois requer menos investimento financeiro.
De acordo com Ministério da Educação (MEC), existem mais de 180 cursos técnicos em instituições públicas e privadas. Eles são divididos em três categorias, conforme o modo de articulação com o Ensino Médio:
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integrado: os conteúdos do Ensino Médio e as matérias técnicas estão reunidos em um único curso, ou seja, o aluno faz uma só matrícula. Essa modalidade dá ao aluno uma formação média básica, o que muitas vezes acaba dificultando seu ingresso no Ensino Superior;
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concomitante: o Ensino Médio e o curso técnico são cursados em períodos distintos, sendo preciso realizar duas matrículas. O diploma técnico só é obtido pelo aluno com a conclusão do Ensino Médio;
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subsequente: estruturado exclusivamente com matérias técnicas, destinado a quem concluiu o Ensino Médio. Pode durar até dois anos.
Todos esses tipos de cursos conferem certificado técnico de nível médio ao estudante concluinte. Essa certificação, embora válida para comprovar os estudos na área de conhecimento cursada, não equivale à graduação superior.
Portanto, atente para o fato de que esse diploma não possibilita o ingresso em uma pós-graduação, mestrado ou doutorado, e também não serve para pleitear emprego ou prestar concurso público que exija formação superior.
O que um curso técnico oferece ao estudante?
Quem está na dúvida entre faculdade ou curso técnico precisa ter em mente que o segundo prepara o aluno para atuar no mercado de trabalho apenas naquela área cursada. A grade curricular enxuta promove uma formação em curto prazo e é voltada para a prática profissional, não se aprofundando em conhecimentos teóricos.
Em função disso, esses cursos são boas alternativas para ingressar com rapidez no mercado de trabalho, mas oferecem possibilidades de atuação limitadas. Assim, o profissional com formação técnica fica restrito a aspectos operacionais da área em que se qualificou.
Há, ainda, os técnicos que proporcionam capacitação profissional, porém sem estarem vinculados ao Ensino Médio. São os cursos profissionalizantes livres, cuja duração varia de horas a meses. A maioria deles não possui pré-requisitos.
O que é um curso superior?
Entre os cursos superiores, a graduação é a primeira etapa, tendo lugar em faculdades e demais centros de formação. Para começar os estudos em nível superior, ou seja, entrar na faculdade, é requisitado ao aluno ter terminado os estudos de nível médio e prestar exame vestibular.
Vale destacar que muitos dos melhores cursos superiores do Brasil aceitam a nota do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) em substituição ao vestibular.
Vestibular
Esse é o processo realizado pelos centros de ensino superior do país com objetivo de selecionar os estudantes que buscam ingressar em seus cursos. Cada instituição elabora a própria avaliação, de forma que diferentes faculdades têm provas distintas.
Os conteúdos cobrados do aluno no vestibular são aqueles aprendidos no decorrer do Ensino Médio. Desse modo, as provas são compostas por questões objetivas das quatro grandes áreas do conhecimento: linguagens e códigos, ciências humanas, matemática e ciências da natureza.
Na parte de linguagens, é solicitada a produção de uma redação, normalmente de gênero dissertativo-argumentativo, a partir de um tema proposto. Depois dessa fase de comprovação de saberes, o aluno está qualificado a começar seus estudos na faculdade, ou seja, tornar-se um universitário.
Quais são os tipos de cursos superiores?
Cada curso tem uma duração diferente, a depender da grade curricular. Esse tempo varia entre três e seis anos, havendo cursos em um só período do dia e outros que demandam dedicação integral. No Brasil, apenas 14% dos adultos chegam ao ensino superior, número que fica abaixo de outros países da América Latina, como Chile e Colômbia.
Os cursos superiores dividem-se em três tipos:
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Bacharelado: confere diploma de bacharel, profissional com profundos conhecimentos em uma área;
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Licenciatura: direcionado aos que pretendem se dedicar à área de educação, pois permite dar aulas, principalmente para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio;
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Tecnólogo: curso de menor duração (normalmente, dois anos) que forma profissionais para atuar em determinados setores da economia.
Além de cursos presenciais, o Ensino Superior proporciona oportunidades de cursos flexíveis, nos quais a carga horária é integrada por aulas em ambiente físico e virtual. Esse formato, chamado de ensino híbrido, dá ao aluno a vantagem de poder conjugar, com mais facilidade, trabalho, estudos e outras atividades do dia a dia.
O que um curso superior oferece ao estudante?
Entrar na faculdade representa um avanço significativo na vida do estudante, pois o ambiente acadêmico é um lugar de produção e aprofundamento de conhecimentos. Pesquisas e estudos são realizados nos centros de ensino superior e, por isso, há programas de iniciação científica e outros incentivos a quem pretende se dedicar à futura profissão.
Média salarial
O curso superior destaca o formado em um mercado de trabalho que anda cada vez mais competitivo e exigente. Em termos salariais, quem tem diploma universitário chega a ganhar cerca de 150% mais do que aqueles que só cursaram o nível médio.
Essa afirmativa está na publicação Panorama da Educação, preparada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) com base na Education at a Glance, pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Isso acontece porque as pessoas que não tiveram dúvida entre curso técnico ou faculdade e escolheram a segunda alternativa acumulam mais experiências durante a sua formação e, normalmente, possuem mais habilidades. Embora muitos cargos não exijam formação superior, são raros os que oferecem estabilidade, plano de carreira e salário dentro da realidade do mercado.
Empregabilidade
Ter um diploma de nível superior resulta em menores riscos de ficar desempregado, conforme divulgado pela Folha de S. Paulo. De acordo com o levantamento do jornal, os grupos de pessoas com menor escolaridade foram mais afetados pela perda dos postos de trabalho, enquanto os portadores de diploma superior continuam vendo crescer as ofertas de emprego.
Isso acontece porque um profissional graduado pode se especializar cada vez mais e subir de cargo com mais facilidade, conquistando melhor remuneração. Em algumas seleções de emprego, apenas o fato de ter finalizado um curso superior já é um pré-requisito para participar do processo.
Networking
Durante a graduação, você vai conhecer muita gente, fazer amigos e talvez até encontrar um amor! Além dos laços emocionais que podem surgir no período, algumas dessas novas pessoas também farão parte da sua rede profissional de contatos.
É esse sistema de suporte que vai alavancar sua carreira de uma forma muito mais veloz, ajudando você a chegar exatamente aonde quer. Como? Por meio de conselhos, insights, indicações e apresentações, por exemplo. Afinal, por mais brilhante que você seja, ninguém consegue destaque na sua área de atuação inteiramente sozinho.
Um professor renomado que tem uma boa conexão com você pode indicá-lo a uma vaga em uma empresa de grande porte, ou informá-lo sobre um curso de extensão que pode fazer a diferença no seu currículo. Ou, em uma conversa com um colega de turma, você pode ficar sabendo de uma oportunidade de trabalho que combina com o seu perfil.
A inserção no mercado pode parecer difícil à primeira vista, entretanto esse processo pode ser facilitado por sua rede de contatos da faculdade. Mas é importante saber que, para mantê-la, o benefício precisa ser uma via de mão dupla. Uma pessoa que ajuda você também quer ser ajudada quando possível. Essa reciprocidade é fundamental para manter os contatos por um longo prazo.
Possibilidade de especialização
Capacitação constante é algo essencial a qualquer profissional que deseja continuar se destacando no competitivo mercado de trabalho. E só com um diploma de curso superior você pode ingressar em uma pós-graduação, mestrado ou MBA. Isso acontece porque você precisa ter a base que os anos na faculdade fornece para que, posteriormente, possa se aprofundar em alguma área de atuação.
Normalmente, quanto mais especializado é o profissional, mais chances ele tem de encontrar uma posição de destaque. É justamente nesses cursos de especialização que você poderá se capacitar e atualizar seus conhecimentos, adquirindo habilidades específicas para exercer determinada função.
Com um diploma de curso superior, você também pode seguir carreira acadêmica. Mestrados e doutorados, além de te darem a possibilidade de ser professor, também podem resultar em uma gratificação adicional no seu contracheque.
Realização de intercâmbio
Dominar uma língua estrangeira é um requisito ou um diferencial em muitas carreiras. Mais cedo ou mais tarde você vai precisar estudar, pelo menos, inglês básico. Agora imagina aprender ou treinar outro idioma fora do país? Incrível, concorda? Esse é só um dos aspectos positivos do intercâmbio acadêmico, que consiste em estudar no exterior por um período da sua graduação.
O intercâmbio é uma oportunidade única para qualquer estudante universitário. Você poderá conhecer novos lugares, vivenciar outra cultura, conhecer pessoas de diversas nacionalidades e aprender várias coisas sobre si mesmo enquanto experimenta outro sistema de ensino. É uma experiência transformadora que expande a mente e faz você considerar novas possibilidades para o futuro.
Você pode achar que um intercâmbio está fora da sua realidade financeira, mas a boa notícia é que existem vários programas que oferecem bolsas de estudo para cobrir com todos os gastos da viagem.
Se você puder investir no intercâmbio durante a sua graduação, faça isso! Afinal, ele agrega muito valor ao currículo, visto que as empresas enaltecem profissionais com experiências diversificadas.
Desenvolvimento pessoal
Fazer um curso superior não é só se capacitar para exercer a profissão que você escolheu para o futuro: a faculdade também é a porta de entrada para a vida adulta. É o momento em que a zona de conforto do Ensino Médio fica para trás e é preciso encarar um cenário diferente, cheio de novas interações e responsabilidades.
Nessa nova etapa, nem todos os fatores estarão sob o seu controle. Você vai ter que aprender a conviver com pessoas (colegas e professores) dos mais diversos perfis, vai precisar lidar com prazos, tarefas e situações nunca antes vivenciadas. Algumas experiências e conhecimentos adquiridos talvez façam sua visão de mundo mudar completamente.
É a partir de tudo isso que surge a oportunidade de crescimento tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Você levará esses aprendizados (técnicos e culturais) para toda a vida e eles ajudarão a definir a sua personalidade. Por isso, cada dificuldade deve ser encarada como uma lição.
Algumas habilidades que você aprende na faculdade poderão ser úteis em diversos momentos da sua vida, tanto no mercado de trabalho quanto na vida pessoal. Por exemplo: trabalho em grupo, gestão de tempo, negociação, entre outras.
Viu só como escolher entre faculdade ou curso técnico vai fazer toda a diferença em sua vida profissional? Mas lembre-se de que, embora as especificidades de cada nível de ensino sejam grandes, isso não os torna excludentes.
Isso significa que, mesmo se você decidir por um curso técnico, você pode (e deve!) continuar os estudos em nível superior. Afinal, uma graduação vai muito além dos aspectos práticos, já que a vivência universitária é enriquecedora.
Pronto, agora você já tem recursos suficientes para tomar sua decisão! E se você está mais inclinado a ingressar em uma faculdade que em um curso técnico, veja aqui como escolher a instituição de ensino superior ideal para fazer seu curso!
Bacana o ponto de vista e informações de muito bom conhecimento nesse assunto mesmo. Procuro sempre sites que possam me ajudar com boas matérias e aqui me encontrei muito satisfeita. Gratidão!
hoje em dia exstem especializações do curso técnico…o pós técnico.
Falando em gastos, depende do curso técnico.
Eu fiz técnico de cozinha em instituição pública. E garanto: é caro. E não deve não ao tecnólogo de gastronomia