Muitos jovens têm vontade de fazer faculdade de Psicologia, mas não sabem ao certo o que é estudado nessa graduação, quais são as possibilidades de atuação de um profissional da área ou mesmo o que esperar do mercado depois de formado. Por conta disso, ficam receosos de fazer uma escolha e ela não corresponder às expectativas.
Se esse também é o seu caso, saiba que não há nada de errado nisso! Questionar-se e ter dúvidas faz parte do processo de escolha de uma profissão, ainda mais quando é uma tão importante como a do psicólogo. Afinal, cuidar da saúde mental se tornou um dos temas mais debatidos e relevantes no século XXI.
Por isso, preparamos um post especial que vai explicar tudo o que o aguarda não só nessa graduação, como também na carreira de psicólogo. Acompanhe!
Afinal, o que a Psicologia estuda?
Quando o assunto é a Psicologia e o que ela estuda, muita gente logo diz que o foco dela é o comportamento humano. Porém, essa ciência vai muito além desse aspecto, pois se dedica à nossa subjetividade. Ela se debruça sobre aquilo que nos faz diferentes uns dos outros e, ao mesmo tempo, nos torna tão iguais.
Ou seja, a Psicologia se aprofunda, sim, no comportamento das pessoas, mas também investiga, analisa e pesquisa as emoções, as fantasias, os pensamentos, os laços afetivos e as experiências de cada indivíduo.
Detalhes e nuances que moldam e caracterizam as personalidades, a diversidade sexual, as manifestações socioculturais e a forma como interagimos e nos relacionamos com o que está ao redor. Portanto, fica fácil dizer que esse é um campo do saber bastante intrigante e fascinante, não é mesmo?
Não é para menos que durante os cinco anos de faculdade de Psicologia você tem disciplinas como: Neuropsicologia, Psicologia Organizacional, Psicologia da Aprendizagem, Princípios da Análise do Comportamento, Psicologia Social, Psicopatologia, Psicologia e Práticas em Saúde e Psicologia Hospitalar.
Matérias ricas em conteúdos teóricos e práticos que requerem não só dedicação ao curso para um aprendizado realmente proveitoso, mas, principalmente, uma rotina de estudos que seja consistente e gradual ao longo da sua formação.
Além disso, ler livros e materiais didáticos indicados pelos professores, participar de grupos de estudos e marcar presença em eventos promovidos pela faculdade (como oficinas, palestras e congressos) também é muito importante para expandir o seu conhecimento e melhorar o seu aprendizado!
Quais as principais abordagens da Psicologia?
Durante a faculdade de Psicologia, você conhecerá as diferentes escolas de pensamento que foram criadas ao longo da história por psicólogos que compartilhavam a mesma visão, a mesma base teórica e também as mesmas técnicas para explicar os mais diferentes fenômenos pelos quais as pessoas passam.
A partir delas, surgiram “N” abordagens que são usadas até hoje por profissionais da área. Lembrando, que elas não servem apenas para indicar a forma como os recém-formados encaram e entendem a subjetividade humana.
Ao contrário, elas vão além, pois também são um indicativo de como eles vão trabalhar com os pacientes para que estes lidem com os problemas e as questões pessoais que têm. Abaixo, nós reunimos três das principais abordagens. Confira!
Psicanálise
A primeira delas é a psicanálise, uma das mais conhecidas e derivada da escola freudiana que, como o nome deixa claro, iniciou-se com Sigmund Freud. A linha de pensamento que a caracteriza é a de que o inconsciente tem papel fundamental no comportamento, na personalidade, na sexualidade e nas ações dos indivíduos.
Comportamental
A comportamental, por outro lado, deriva da escola behaviorista. Ela se destaca por ser justamente o oposto da primeira, reduzindo a importância do inconsciente e destacando a relevância do meio externo no comportamento humano.
Ou seja, o ambiente em que você está inserido é que vai influenciar na sua forma de agir, pensar e se portar. Tudo isso por meio das experiências positivas e negativas que você terá ao longo da vida.
Humanismo
O humanismo, que provém da escola humanista, segue outro raciocínio. Aqui, não é o inconsciente, muito menos o ambiente que vão indicar como cada pessoa vai agir. Na verdade, sequer há um fator determinante para o comportamento.
É justamente o oposto: cada ser humano é autoconsciente e livre para fazer e, principalmente, ser o que quiser. Afinal, buscamos incessantemente a autorrealização e, nessa longa jornada, somos capazes de encontrar o equilíbrio entre corpo e mente.
Onde o psicólogo pode atuar?
A Psicologia é uma área com diferentes campos de atuação bem segmentados que permitem aos recém-formados ter diversas vivências profissionais e o principal: contribuir de maneiras distintas para o bem-estar emocional e a saúde mental de milhares de pessoas.
São tantas possibilidades que você, certamente, ficará tentado em trabalhar em mais de uma e pode até contar com um coaching de carreira para ajudá-lo nessa decisão. Duvida? Pois confira quais são elas!
Psicologia clínica
Para começar, temos a Psicologia clínica. Nessa área, os profissionais atuam com a realização de testes, diagnósticos e tratamentos de pacientes com transtornos mentais (como a ansiedade, a depressão, o TOC, as fobias etc.).
Além disso, eles realizam com frequência as terapias continuadas individuais ou em família, nas quais as pessoas buscam a superação de traumas, o equilíbrio emocional, o ganho da autoconfiança etc. Em muitos casos, esse acompanhamento perdura por anos.
Psicologia hospitalar
O psicólogo hospitalar, como o nome sugere, atua em hospitais com foco em atenuar os incômodos causados por uma internação, as dificuldades que as pessoas enfrentam ao realizar procedimentos cirúrgicos, o estresse e os traumas causados pelo tratamento de doenças graves e muito mais.
Justamente por isso, ele costuma fazer parte de equipes médicas e, em muitos casos, desenvolve trabalhos de suma relevância com pacientes que se encontram na UTI ou foram diagnosticados na fase terminal de um problema de saúde (como o câncer, o Alzheimer, a esclerose múltipla etc.).
Psicologia escolar
A Psicologia escolar, por sua vez, é um ramo no qual os psicólogos atuam dentro de escolas e faculdades a fim de promover uma educação de qualidade e uma integração melhor do aluno ao ambiente educacional. Para tanto, desenvolvem projetos psicopedagógicos que buscam atender esse objetivo.
Por exemplo, é prestado apoio psicológico àqueles estudantes com problemas (bullying físico e verbal, por exemplo), além de melhorar a relação que as crianças, jovens ou até mesmo adultos têm com os professores. Também se adotam técnicas de ensino para aqueles com dificuldade de aprendizagem e por aí vai.
Psicologia esportiva
O psicólogo esportivo é o profissional que atua com o acompanhamento e o aconselhamento tanto individual — voltado para as modalidades solo (tênis, natação, esgrima etc.) — quanto grupal — voltado para as modalidades que são coletivas (futebol, vôlei, basquete etc.).
Dessa forma, ele contribui diretamente para manter essas pessoas emocionalmente estáveis e preparadas para jogos e partidas, especialmente aquelas decisivas. Além disso, presta o suporte necessário em caso de acidentes e afastamentos temporários por conta de lesões e danos permanentes.
Psicologia social
O psicólogo social geralmente está envolvido com pesquisas e estudos de campo que envolvem o impacto do convívio em sociedade e das relações interpessoais no ser humano. Justamente por isso, integram ONGs, centros de pesquisa e ambientes acadêmicos onde podem dar prosseguimento a esse tipo de investigação.
Para completar, muitos deles ocupam cargos públicos, participando de projetos municipais, estaduais ou mesmo federais com o objetivo de promover melhorias socioculturais para a população.
Psicologia do trânsito
O psicólogo do trânsito, ao contrário do que muitos podem imaginar, não se resume apenas a ser o responsável por conduzir os testes psicotécnicos para pessoas que estão tirando a carteira de motorista pela primeira vez ou renovando-a.
As atividades dele vão muito além disso: ele realiza pesquisas com condutores com foco em segurança no trânsito, contribui em projetos de conscientização e prevenção de acidentes nas ruas, participa da criação de novas tecnologias com foco na otimização do uso do transporte público pelos cidadãos etc.
Psicologia jurídica
A Psicologia jurídica é uma área da Psicologia bastante relacionada ao Direito. Isso porque o foco dela são os processos, as investigações e as análises criminais que fazem parte da rotina de muitos advogados, promotores, policiais, peritos e juízes.
Há psicólogos que atuam em tribunais de justiça e realizam expedições de laudos sobre indivíduos em julgamento em inúmeras ações públicas, participam de programas de recuperação e intervenção dentro do sistema prisional, efetuam a avaliação forense de perfis de condenados por crimes dolosos, traçam o padrão comportamento de criminosos em série e muito mais.
Sexologia
Uma penúltima área de atuação é a sexologia que é uma especialização da Psicologia — que, vale ressaltar, tem crescido muito nos últimos anos. Quem escolhe esse segmento se torna um sexólogo e trabalha ativamente para melhorar a vida sexual das pessoas, sejam elas solteiras, sejam elas comprometidas.
Para isso, o profissional realiza diagnósticos, aconselhamentos e tratamentos para disfunções, distúrbios, traumas e demais problemas sexuais que podem ter origem física e/ou psicoemocional e que estão afetando o bem-estar dos pacientes.
Docência acadêmica
Além das possibilidades anteriores, você pode descobrir durante a faculdade de Psicologia que tem vocação para lecionar e transmitir conhecimento aos outros. Se esse for o seu caso, é possível seguir a carreira acadêmica e se tornar um professor universitário, fazendo, posteriormente, um mestrado e um doutorado.
Muitos que fazem isso acabam, inclusive, se envolvendo com projetos de pesquisa que podem trazer não só reconhecimento para a sua carreira, mas até promover novas perspectivas de como esse campo do saber se faz presente na nossa sociedade atual.
Como se destacar no mercado de Psicologia?
Há pouco, mostramos como o mercado de Psicologia é amplo e conta com diversas segmentações nas quais você pode atuar. No entanto, não basta apenas se graduar para conseguir o emprego dos sonhos no ramo desejado, ser bem remunerado e reconhecido, viu?
Ao contrário, é preciso ser um profissional de excelência para se destacar entre os seus colegas — algo que o mercado exige cada vez mais não só na Psicologia, mas em todas as profissões. Por esse motivo, reunimos, abaixo, algumas dicas que vão ajudá-lo a ter o perfil do psicólogo que se destaca em qualquer lugar. Veja!
Invista na sua qualificação
Nunca pare de estudar. Ao se formar, faça uma ou mais especializações e amplie o seu conhecimento sobre diferentes áreas. Afinal de contas, a Psicologia demanda tanto um aprofundamento de técnicas práticas quanto uma constante atualização do saber teórico para que você possa aperfeiçoar e melhorar cada vez mais o atendimento, o diagnóstico e principalmente o tratamento dos pacientes.
Domine a língua portuguesa
Não, você não precisa ser um expert na língua portuguesa. No entanto, é necessário, sim, ter um domínio dela. Os motivos para isso são bem simples. Em primeiro lugar, porque o seu trabalho requer que você se comunique com diferentes pessoas todos os dias. Logo, é preciso saber se expressar e se fazer entender sem dificuldades.
Em segundo lugar, porque, dependendo do ramo escolhido, você realizará diversos laudos, pesquisas e trabalhos científicos que vão exigir um português mais formal e repleto de termos técnicos.
Não reduza os pacientes a códigos de doenças
Por fim, não reduza os seus pacientes a códigos de doenças que estão presentes na Classificação Internacional de Doenças (CID), elaborado pela Organização Mundial da Saúde, e no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), produzido pela Associação Americana de Psiquiatria.
Isso porque, embora eles sejam muito importantes no diagnóstico de problemas e transtornos psicológicos, é preciso entender que você está lidando com pessoas, não com máquinas ou produtos.
Logo, é fundamental ser capaz de ter empatia, não julgar e, principalmente, respeitar a dor do outro. Lembre-se de que apenas um atendimento humanizado e solidário é capaz de realmente ajudar quem está sofrendo e pedindo ajuda para ter uma vida funcional.
O que esperar da carreira de psicólogo?
Você já viu o que é estudado na Psicologia, as principais abordagens utilizadas pelos profissionais do ramo, os segmentos em que é possível atuar depois de formado e, inclusive, algumas dicas para ser um ótimo profissional.
Agora, vamos tratar de alguns aspectos do mercado de trabalho para Psicologia que sempre causam curiosidades entre aqueles que querem se graduar na área, como o tipo de atuação, a jornada de trabalho, a média salarial e os honorários. Confira!
Atuação liberal, assalariada e/ou concursada
Os recém-formados em Psicologia contam com uma variedade de opções para atuar profissionalmente. O mercado é bem dinâmico e tem oportunidades de trabalho tanto no setor privado quanto no setor público.
São comuns os concursos públicos para psicólogos atuarem em centros de saúde municipais, lecionarem em universidades federais e estaduais, realizarem assistência sociopsicológica com comunidades carentes etc.
Aliás, vale ressaltar que um segmento específico da Psicologia tem uma alta demanda de concursos: a jurídica. Isso porque os psicólogos especializados nessa área prestam serviços para os tribunais de justiça do país e os departamentos de perícia criminal/forense das polícias civil e federal.
Porém, caso não seja do seu interesse se tornar um concurseiro, sem problemas! Não faltam vagas no regime CLT em empresas e instituições privadas dos mais diferentes setores, desde o escolar até o industrial. Afinal de contas, onde há pessoas, há trabalho para o psicólogo. Além disso, você ainda pode optar por ser um profissional liberal.
Ou seja, aquela pessoa que tem formação superior, não tem vínculo empregatício com nenhum local e atua por conta própria. Isso ocorre, por exemplo, com quem escolhe trabalhar na área clínica e decide montar o próprio consultório ou alugar uma sala comercial para atender os pacientes.
Para tanto, é fundamental ter um visão empreendedora, contar com um bom networking e entender sobre marketing pessoal e divulgação de serviços para atrair (e manter) novos pacientes e, com o tempo, fazer o seu nome no mercado.
Custo dos honorários
Como dito há pouco, muitos formados em Psicologia atuam como profissionais liberais. Nesse caso, os rendimentos deles são provenientes não de um salário fixo, mas sim dos honorários — que nada mais são do que valores cobrados pelos serviços prestados.
Para facilitar esse processo e evitar que haja uma diferença muito grande de valores entre os psicólogos, o próprio Conselho Federal de Psicologia oficializou uma tabela de honorários com os custos mínimo, médio e máximo para cada tipo de atendimento, avaliação, diagnóstico, assessoria e demais procedimentos que possam ser realizados. Abaixo, você confere alguns deles e os custos médios de cada um:
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orientação psicopedagógica: R$ 197,46 por paciente;
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avaliação psicomotora: R$ 225,74 por paciente;
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consulta psicológica: R$ 226,38 por paciente.
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consultoria empresarial: R$ 424,03 por organização.
Média salarial e jornada de trabalho
“Já entendi que dá para trabalhar como profissional liberal, especialmente se for na área clínica. Porém, como é a média salarial e a jornada de trabalho para quem é contratado de uma empresa, um hospital ou um órgão público, por exemplo?”, você deve estar se perguntando.
Por isso, saiba que, segundo o portal Salário (que reúne dados de cargos ativos em diversas companhias de todo o país), esses dois aspectos podem variar bastante, dependendo diretamente da área que você escolheu para atuar. Por exemplo, a média inicial para um psicólogo hospitalar é de R$ 2.891,52 para 34 horas trabalhadas.
Já para um psicólogo do esporte, o salário de início de carreira é cerca de R$ 3.161,89 para uma semana laboral de 32 horas. Por sua vez, o psicólogo jurídico tem uma faixa de vencimentos em torno de R$ 3.738,14 para uma jornada de trabalho de 35 horas.
Como escolher o melhor curso de Psicologia?
Para encerrar este nosso post especial, reunimos algumas dicas de como escolher a melhor graduação em Psicologia para garantir que a sua formação acadêmica seja realmente de qualidade e o prepare para entrar no mercado de trabalho com o pé direito. Confira abaixo!
Pesquise a respeito do histórico da instituição
A primeira delas é pesquisar sobre o histórico da instituição. Para isso, informe-se sobre quanto tempo ela está no mercado, quantos campus universitários ela possui e como é a oferta de cursos de graduação e pós-graduação — assim como a nota do MEC que credencia cada um deles.
Além disso, verifique se a faculdade realiza ou participa de eventos (como palestras, congressos, oficinas, conferências etc.) para que os estudantes possam unir teoria à prática e ficar por dentro das tendências e novidades do mercado de trabalho em Santa Catarina.
Avalie o corpo docente
Uma segunda dica é avaliar o corpo docente da graduação em Psicologia. Quanto mais professores especialistas, mestres e doutores houver, melhor para você. O motivo disso é que a contratação de profissionais com experiência profissional, larga bagagem teórica e, inclusive, vasta produção científica mostra o empenho da instituição em oferecer um ensino de ponta para os alunos.
Confira a grade curricular
Além do histórico da instituição e o corpo docente do curso, não deixe de conferir como é a grade curricular da graduação em Psicologia. Veja, por exemplo, quais são as matérias de cada semestre e a carga horária delas. Algumas das quais você deve ver ao longo da sua formação são:
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Psicopatologia;
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Ética em Psicologia;
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Neuropsicologia;
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Teorias e Técnicas Psicoterápicas.
Além disso, repare se são cobrados estágios básicos e estágios profissionalizantes, qual a quantidade de disciplinas optativas requeridas e a carga horária necessária de atividades complementares.
Cheque a oferta de cursos de extensão
Uma quarta e última dica é checar se a faculdade na qual você pensa em se matricular há cursos de extensão para você aumentar a sua vivência acadêmica, estender o seu aprendizado para além da sala de aula, testar os seus conhecimentos e, de quebra, complementar o seu currículo.
Para os estudantes de Psicologia, por exemplo, algumas opções de cursos são: Conhecimento e Pensamento Crítico, Interculturalidade, Direito Humanos e Coaching.
Como você viu, fazer uma faculdade de Psicologia é muito mais do que escolher uma carreira a ser seguida. É aprender sobre a nossa própria natureza, desenvolver um raciocínio crítico sobre as interações humanas e adotar como missão ajudar o próximo a encontrar o equilíbrio psicoemocional necessário para uma vida funcional e feliz.
Por isso, não perca tempo! Entre em contato com a gente e veja como proceder com a sua matrícula nesse curso!
Artigo excelente, meus parabéns! Absorvi muito bem tudo que foi exposto, agora vou compartilhar com mais amigos