Tire todas as suas dúvidas sobre o curso de engenharia elétrica!

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O ramo das engenharias é repleto de oportunidades profissionais e um dos mais promissores quando o assunto é retorno financeiro. Não é à toa que é a primeira opção de vários vestibulandos. Porém, quem opta por ele sempre tem um grande dilema para resolver: qual segmento escolher para a própria carreira. Afinal, além das áreas mais tradicionais, como a civil, a mecânica e a de produção, há outra que tem despontado como preferência de muitos pré-universitários nos últimos anos: a engenharia elétrica.

Pensando nisso, reunimos, em um só lugar, diversas informações sobre ela. Assim, você sana todas as suas dúvidas a respeito e, de quebra, fica por dentro de como é o curso na área, quais são as principais matérias, a atuação do engenheiro eletricista, as perspectivas do mercado de trabalho e o impacto que essa profissão tem na sociedade. Curioso para saber mais a respeito? Então acompanhe o post!

Como funciona a graduação em engenharia elétrica?

Para começar, que tal falarmos um pouco sobre como é e o que esperar da graduação em engenharia elétrica, os detalhes a respeito do estágio curricular obrigatório e do TCC e, inclusive, qual é o perfil dos alunos que optam por ela? Ficou curioso? Pois confira, abaixo, todas as informações sobre acerca desses tópicos que reunimos para você:

Diferença entre engenharia elétrica e eletrônica

Antes de mais nada, vamos esclarecer uma grande confusão de quem ainda não está familiarizado com esse ramo e está aprendendo mais sobre ele: engenharia elétrica e eletrônica são a mesma coisa? A resposta é bem simples: não. Elas são duas áreas distintas que fazem parte dos diversos tipos de engenharia.

No entanto, enquanto a primeira se aprofunda no uso da energia elétrica e nos fenômenos dela, a segunda se dedica ao campo de equipamentos eletrônicos e, em especial, à projeção e ao desenvolvimento de novas peças para a automação deles.

Cenário atual do curso no Brasil

Esclarecida a dúvida sobre os segmentos de elétrica e eletrônica, é hora de ficar por dentro do panorama do curso no país. Para se ter ideia, de acordo com as Sinopses Estatísticas da Educação Superior 2017, que foram liberadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), essa graduação teve cerca de 107.858 matrículas no ano de 2016 em todo o território nacional.

Desse total, a esmagadora maioria se concentra em faculdades particulares, cerca de 68,51% (73.885), enquanto as universidades públicas aparecem com apenas 31,49% (33.973). Esse resultado, sem dúvidas, só comprova a importância da educação privada no Brasil e o crescente nível de qualidade de ensino que as instituições com esse perfil vem oferecendo em todo o território nacional.

Além disso, seis estados são responsáveis por concentrar 58,78% de todas as matrículas, sendo três do Sudeste e todos os do Sul, conforme você vê abaixo:

  • São Paulo: 27.066;

  • Minas Gerais: 16.720;

  • Rio de Janeiro: 9.992;

  • Paraná: 8.416;

  • Rio Grande do Sul: 5.888;

  • Santa Catarina: 5.315.

Formato e duração da graduação

Já em relação ao formato e a duração do curso, é importante saber que ele se trata de um bacharelado realizado ao longo de 10 semestres. Durante esse período, você terá tanto disciplinas teóricas — que abordam os conceitos sobre engenharia, fenômenos elétricos, circuitos e sistemas de energia — quanto conteúdos práticos — que envolvem desenho, álgebra, geometria, física e química.

Dessa forma, você se capacita para atuar no mercado profissional e/ou se dedicar à vida acadêmica e à produção científica, o que, sem dúvidas, amplia as suas chances de ter uma carreira de sucesso e que, inclusive, traga frutos para a sociedade.

Estágio obrigatório

Ao se graduar em engenharia elétrica, você deve saber que o quinto e último ano será essencial para a sua formação. Isso porque no 9º semestre é quando ocorre o estágio curricular obrigatório com carga de 180 horas, no qual os alunos têm a oportunidade de praticar o conhecimento obtido em sala de aula e identificar as atividades laborais com as quais sentem mais afinidade.

De quebra, eles vivenciam a rotina real de trabalho dentro de uma companhia e dão o primeiro passo para construir um currículo com experiências sólidas.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Além do estágio que mencionamos há pouco, o seu último ano de graduação também representa o momento da tão esperada defesa do Trabalho de Conclusão de Curso — que, para ser mais preciso, ocorre no fim do 10º semestre. A sua monografia pode ser, dependendo da faculdade, por exemplo, um estudo de caso, uma pesquisa documental, uma análise mercadológica ou mesmo um projeto experimental.

O importante é que por meio dela você demonstre que tem domínio sobre o conhecimento teórico e técnico da área e seja capaz de não só levantar problemas, como também trabalhar soluções viáveis para resolvê-los. Ao ser aprovado, você estará, enfim, apto a receber o seu diploma de bacharel.

Perfil do aluno de engenharia elétrica

Já que estamos falando sobre diversos aspectos do curso, não podemos deixar de fora qual é o perfil do aluno que faz engenharia elétrica, não concorda? Por isso, reunimos algumas das principais características que eles têm e que são necessárias não só para a sua formação acadêmica, mas principalmente para o seu futuro profissional. Confira:

Criatividade

Uma das mais evidentes — e que contraria o senso comum de que as engenharias são mais sisudas e pragmáticas — é a criatividade. Sim, isso mesmo que você leu. O motivo disso é que esse ramo está sempre em constante reinvenção não só para melhorar o processo produtivo de grandes organizações, mas principalmente a qualidade de vida das pessoas, uma vez que usamos energia elétrica 24 horas por dia, não é verdade?

É justamente por isso que os profissionais da área procuram incessantemente por novas alternativas, sobretudo as renováveis e ecologicamente corretas, para alcançar esses objetivos e, de quebra, reduzir o impacto ambiental no planeta.

Organização

Ser organizado é algo que também não poderia faltar nesta lista. Isso porque haverá uma grande quantidade de conteúdos durante a faculdade que vão exigir de você planejamento e disciplina — que são dois aspectos indispensáveis para qualquer engenheiro.

Do contrário, facilmente as matérias podem acumular, seu desempenho cair e até mesmo ocorrer uma ou mais reprovações que vão atrasar a sua formação e adiar a sua entrada no mercado de trabalho.

Proatividade

Outra característica comum aos estudantes dessa graduação é a proatividade, visto que são inquietos, curiosos e interessados em superar novos (e mais complexos) desafios a cada dia. Portanto, é importante que essa característica seja desenvolvida com afinco na faculdade, pois o mercado busca cada vez mais profissionais que sejam obstinados com o próprio trabalho e produzam resultados positivos numa frequência maior a cada dia.

Afinidade com números

Como já falamos, o curso conta com uma grande variedade de conteúdos práticos que envolvem cálculos, especialmente pela presença da matemática. Por isso, é importante que você tenha afinidade com números e goste de trabalhar com problemas que exigem constantemente o uso do raciocínio lógico.

Uma ótima dica é começar a trabalhar esse aspecto desde o ensino médio para que você se habitue com essa área do saber e suas diversas aplicações. Dessa maneira, será possível acompanhar os semestres sem dificuldades.

Fluência em outros idiomas

Além do que já foi dito, o aluno de engenharia elétrica também se interessa em aprender uma segunda língua, como é o caso da inglesa, pois sabe da importância dessa ação para a rotina de estudos e, posteriormente, a de trabalho. Afinal, vários materiais acadêmicos na área (como artigos, TCCs, projetos, pesquisas, teses etc.) são encontrados em inglês. Basta acessar o Google Acadêmico e você vai constatar isso.

Para completar, o maquinário e os sistemas computacionais utilizados em indústrias e empresas e que vão fazer parte da sua rotina de trabalho são, em muitos casos, adquiridos assim que lançados e/ou reformulados e contam com uma programação justamente nesse idioma. Ou seja, para manuseá-los corretamente será necessário, no mínimo, o domínio intermediário na língua.

O que é abordado durante o curso?

Depois de abordar tantos detalhes da graduação em engenharia elétrica, você deve estar bastante curioso para saber quais são as disciplinas que terá ao longo do curso. Por esse motivo, listamos algumas das principais matérias e no que cada uma delas se aprofunda em sala de aula. Confira:

Circuito elétrico I, II e III

A primeira da nossa lista é a de circuito elétrico, que costuma ter três módulos (do inicial ao avançado). Nela, o foco está nos conceitos por trás da composição e do funcionamento dos circuitos, como os elementos que o compõem, os métodos de análise de monitoramento e os indicadores de energia (potência, armazenamento, indução etc.).

Algoritmos e programação

Em algoritmos e programação, você estuda a linguagem da programação e como ela é aplicada aos mais diferentes sistemas computacionais. Por isso, você aprende toda a nomenclatura de programas e as respectivas estruturas deles, se familiariza com os processos de desenvolvimento de hardwares e softwares, analisa os tipos de dados na rede e por aí vai.

Eletromagnetismo

Por outro lado, em eletromagnetismo, os estudantes se aprofundam sobre os fenômenos envolvendo eletricidade e magnetismo. Logo, há uma grande carga teórica que apresenta leis e equações ligadas à física que trazem assuntos como condutividade, isolamento, circuitos, força magnética, propriedades dos elétrons e muito mais.

Estatística

Já na disciplina de estatística, você expande os seus conhecimentos sobre as técnicas de amostragem, as representações gráficas, a probabilidade, a análise de dados e afins. Isto é, temas que o ajudam, por exemplo, a avaliar o mercado e o público consumidor, a compreender informações de levantamentos e pesquisas no seu campo de atuação e a validar metodologias e estudos sobre energia elétrica.

Cálculo diferencial e aplicado I, II e III

Nas três disciplinas de cálculo diferencial e aplicado, os alunos intensificam, à medida que progridem de semestre, o uso da matemática na rotina de estudos. São diversas questões que simulam problemas reais de um engenheiro eletricista — envolvendo desde leis e teorias sobre eletricidade até circuitos elétricos — que exigem os mais distintos cálculos e equações matemáticas para o bom funcionamento dos sistemas de máquinas e aparelhos.

Gestão ambiental e sustentabilidade

A disciplina de gestão ambiental e sustentabilidade leva o aluno a debater e refletir sobre a importância da adoção do desenvolvimento sustentável no sistema de distribuição de energia atual no Brasil e no mundo — e, em especial, nos projetos para atualizações e novos modelos que vão substituí-lo.

Afinal, os padrões ambientais e de eficiência energética nacionais e internacionais estão constantemente sendo modificados, a consciência ecológica tem ganhado cada vez mais voz na sociedade e novas propostas estão sendo elaboradas pelo governo para lidar com o abastecimento e distribuição no nível nacional sem abrir mão de proteger a fauna e a flora no país.

Medidas elétricas

Em medidas elétricas, os estudantes do curso ficam a par das principais grandezas, dos instrumentos de classificação delas (como o capacímetro, o amperímetro, o varímetro etc.) e da leitura desses aparelhos e os resultados que apontam.

Mas não acaba aí, já que também aprendem sobre os tipos de erros (absolutos e relativos) que podem ocorrer durante as análises de forma aleatória ou recorrente e os conceitos de medida (sensibilidade e discrepância, por exemplo).

Resistências dos materiais I e II

Já em resistências dos materiais, você se debruça sobre a usabilidade dos materiais quando há presença de eletricidade e da carga de energia que eles são capazes de suportar, principalmente quando a conduzem e a armazenam — o que determina o ponto de tensão e deformação de peças que compõem inúmeros maquinários.

É uma disciplina que, embora tenha uma parte teórica grande e com apresentação de estudo de casos reais, concentra-se principalmente em cálculos, equações, análises e modelos de monitoramento do comportamento de tensões e distribuição delas nas estruturas elétricas.

Energias renováveis I, II e III

Por sua vez, na disciplina de energias renováveis, os estudantes se aprofundam na busca por alternativas sustentáveis e renováveis que assegurem o abastecimento energético da população e a preservação ambiental — que é um assunto recorrente nas diferentes vertentes das engenharias, como a civil, a industrial, a florestal, a sanitária, a hídrica e a química.

Por isso, são vistos tópicos que abordam a legislação brasileira, as tendências mundiais sobre tecnologia, pesquisas sobre impactos florestais e fontes de energia que substituam a geração elétrica em hidrelétricas (como é o caso da eólica, da biomassa, da solar etc.).

Telecomunicações

Em telecomunicações, são vistos os circuitos que garantem a comunicação e a transmissão de dados por diferentes meios, como o rádio e o satélite. Além disso, há um vasto conteúdo sobre redes integradas, teleprocessamento, radiofrequência, cobertura móvel, sistema óptico, tipos de transmissores e receptores de sinal e tecnologia da banda larga.

Isso tudo, é claro, sem falar no conjunto de teorias que também são estudadas na sala de aula e abordam a informação, a propagação, a codificação e a automação dos dados.

Ergonomia e segurança do trabalho

Por último há a matéria de ergonomia e segurança do trabalho, que promove o conhecimento sobre as melhores práticas no ambiente laboral envolvendo postura, carregamento de pesos, movimentos repetitivos e prolongados, insalubridade etc.

E ao contrário do que você pode estar pensando, não se trata apenas de evitar acidentes ou problemas no manuseio de máquinas e ferramentas, mas principalmente garantir a sua saúde e a sua integridade física.

Quais as vantagens de fazer uma graduação em engenharia elétrica?

Agora que você já sabe com detalhes como é uma graduação em engenharia elétrica, vamos abordar duas grandes e importantes vantagens de optar por realizá-la entre tantas alternativas de cursos superiores. Veja:

Área com formação contínua

A engenharia elétrica, assim como todas as demais modalidades das engenharias, demanda que os profissionais invistam em uma qualificação continuada e estejam a par das novidades e tendências do setor em que atuam.

Afinal, ela é uma área em constante processo de mudança e inovação, principalmente no que diz respeito à adequação de técnicas laborais, à aplicação de novas metodologias sobre eletricidade e à utilização de equipamentos tecnológicos.

É por isso que os recém-formados contam com uma diversidade tão grande de cursos de pós-graduação — em especial as especializações e os MBAs — para complementar e enriquecer o conhecimento técnico que têm, além, é claro, de se capacitarem no segmento da gestão de negócios.

Como exemplo, podemos citar as seguintes especializações: pós em engenharia de segurança do trabalho, pós em inteligência de mercado e pós em engenharia rural.

Ramo ligado ao desenvolvimento da nação

Para completar, outra grande vantagem de fazer engenharia elétrica é que ela é um ramo ligado diretamente ao desenvolvimento da nação, tanto no aspecto econômico quanto no aspecto social.

Isso porque muitos dos profissionais que atuam nele se dedicam a projetos de criação, desenvolvimento, manutenção e melhoramento de sistemas de armazenamento, distribuição e abastecimento de energia elétrica nas usinas (hidrelétricas, por exemplo) que atendem aos milhares de municípios brasileiros.

Ou seja, o trabalho deles é crucial para o bom funcionamento de praticamente todos os setores do país, como o de construção civil, o de telecomunicações, o agropecuário, o industrial etc.

Além disso, sem energia, as cidades se tornam parcial ou totalmente disfuncionais e diversas atividades são paralisadas, desde aquelas que envolvem o lazer e o entretenimento até as que dizem respeito ao comércio e ao turismo. Não é à toa que essa área está constantemente em alta e em vasto crescimento.

Onde um engenheiro eletricista pode trabalhar?

Há pouco, mencionamos um dos mais importantes e relevantes locais de trabalho do engenheiro eletricista: as usinas geradoras de energia elétrica. Porém, essa não é a única possibilidade. Ao contrário, os profissionais do ramo são requisitados em diversos ambientes. Um deles, por exemplo, é o setor industrial, onde eles são responsáveis pelos sistemas de automação.

Outra opção é trabalhar em multinacional ou em empresas locais que contam com linhas de produção com maquinário e aparelhos elétricos. Há também engenheiros que atuam no setor de telecomunicações aprimorando os sistemas de comunicação, transmissão de dados e acesso à internet.

Por último, ainda há os que desempenham a função de projeção dos circuitos elétricos em grandes obras (de imóveis, estabelecimentos comerciais, hospitais, fábricas, estações de transporte público etc.) no ramo da construção civil.

Como está o mercado de trabalho da profissão?

Para encerrar, não podemos deixar de abordar como está o mercado de trabalho para a área de engenharia elétrica, especialmente no que diz respeito ao retorno financeiro e a jornada de trabalho dos profissionais que atuam nela. Por isso, reunimos algumas informações bastante úteis e que mostram o que esperar do segmento. Veja:

Panorama salarial no país

De acordo com o levantamento realizado pelo portal Salário com base em 2.602 salários nas cinco regiões do país, a remuneração média de um engenheiro eletricista é de R$ 8.148,03. Já entre as cidades brasileiras que despontam com a maior faixa de ganhos para a categoria, estão:

  • Recife: R$ 12.597,28;

  • Florianópolis: R$ 12.300,14;

  • São Luís: R$ 11.472,72;

  • Rio de Janeiro: R$ 10.236,28;

  • Brasília: R$ 9.646,18.

Além disso, a renda mensal pode ser ainda mais elevada de acordo com o seu nível de experiência. Para se ter ideia, profissionais do ramo identificados como master — isto é, com mais de 8 anos de carreira — recebem entre R$ 14.753,32 e R$ 17.601.29 em empresas de grande porte, que são aquelas com contingente operacional acima de 500 funcionários.

Jornada de trabalho

Quanto à jornada de trabalho do engenheiro eletricista, de acordo com o levantamento já citado, a média é de 41 horas semanais e 207 mensais. No entanto, saiba que é possível encontrar cargos com carga horária ainda menor, já que indústrias e empresas têm rotinas laborais distintas.

Depois de ler sobre todos os detalhes do curso de engenharia elétrica, a importância dele para a economia e o desenvolvimento do país e quais são as suas possibilidades de atuação para quando se formar, certamente, a sua vontade de começar a faculdade e investir em uma carreira na área só aumentou, não é mesmo?

Por isso, aproveite e baixe nosso e-book sobre engenharia elétrica e veja ainda mais dados a respeito desse ramo!

 

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