Quando o estudante universitário começa a colocar em prática tudo o que está aprendendo na sala de aula, ele passa a conhecer o cotidiano da profissão e fica mais claro se a carreira escolhida foi realmente a certa. Esse processo, normalmente, acontece a partir da metade do curso, quando se inicia o período de estágio.
Mas, diferentemente do que acontece em grande parte das graduações, as aulas práticas no curso de Odontologia já dão uma amostra da realidade do mercado desde os primeiros semestres. Elas desempenham um papel fundamental na formação do aluno e na fixação do conteúdo em longo prazo.
Se você está se preparando para entrar na faculdade e ainda não sabe qual curso escolher (o que é perfeitamente normal), é importante pesquisar bastante sobre as atribuições de cada profissão que o interessa e sobre a grade curricular dos cursos, inclusive em relação às aulas práticas. Afinal, você pode amar estudar algum assunto, mas acabar não curtindo muito a rotina de trabalho na área.
Apesar da escolha difícil que você tem pela frente, a boa notícia é que há muitas estratégias para que você tome a melhor decisão de acordo com o seu perfil. Uma delas é o teste vocacional, que ajuda a elencar as carreiras que mais combinam com a sua personalidade, gostos e expectativas.
Se você descobriu que uma dessas carreiras é a de dentista, fique ligado: neste texto, vamos falar sobre as responsabilidades da profissão e mostrar como as aulas práticas no curso de Odontologia são importantes para o desenvolvimento profissional e pessoal do aluno.
Ficou interessado? Então, continue a leitura!
Aplicando a teoria: como funcionam as aulas práticas no curso de Odontologia?
Nessa graduação, que dura de quatro a cinco anos, a grade de atividades práticas é bastante intensa. Mas, antes de chegar lá, é preciso conhecer bem a teoria sobre o funcionamento geral do corpo humano. Por isso, os dois primeiros semestres da graduação são dedicados a matérias do ciclo básico, que cumprem esse objetivo.
A partir do terceiro semestre, os alunos começam a ter aulas mais específicas e a colocar os conhecimentos em prática. Primeiramente, restaurações e procedimentos mais simples são realizados em moldes e manequins. Caso as turmas sejam muito grandes, os alunos são divididos em grupos que alternam entre a prática e a observação.
A carga horária das disciplinas, a partir desse ponto, é dividida entre as atividades teóricas e práticas. Esses eixos são avaliados separadamente e convergem na nota global da matéria. Na parte prática, os alunos são avaliados de acordo com critérios como organização, familiaridade com o material, conhecimento técnico e biossegurança.
A partir do quinto semestre, já há contato direto com pacientes em clínicas-escolas. Todo o trabalho é monitorado por professores que, além de acadêmicos, também são profissionais atuantes no mercado de trabalho. Esse acompanhamento é fundamental para que o aluno não fique em pânico ao lidar pela primeira vez com pacientes reais.
Qual é a importância das aulas práticas de Odontologia para a formação?
Futuros dentistas precisam lidar com uma série de materiais que serão utilizados diariamente nos tratamentos dentários. Liga metálica, pastas de zinco, porcelanas etc. É preciso que o aluno saiba para que cada um desses instrumentos serve e como utilizá-lo tecnicamente.
Mas as aulas práticas não servem apenas para preparar os alunos para o cotidiano da profissão. Além da familiaridade com os equipamentos e materiais utilizados, elas despertam uma visão crítica e humanística, formando profissionais mais preparados para lidar com as pessoas e com os processos sociais.
Ou seja, além de situar o estudante no ambiente e na rotina que ele vai seguir quando for um profissional formado, as aulas práticas o ajudam a treinar o contato com o paciente da melhor maneira. De alguns anos para cá, as faculdades de saúde têm se importado em oferecer formações cada vez mais centradas no elemento humano.
Focar no aprimoramento das técnicas e procedimentos a serem realizados também demonstra cuidado com os pacientes, e é outra vantagem da carga horária voltada para a prática. Os alunos se tornam mais confiantes, motivados e ágeis. Além disso, também conseguem avaliar melhor se suas expectativas com o curso estão sendo alcançadas.
Quais são os impactos das aulas práticas no aprendizado do aluno?
A aula prática é considerada uma metodologia ativa, ou seja, incentiva o aluno a ser protagonista do próprio aprendizado. O professor, nesse modelo de ensino, serve como um tutor durante o processo educativo.
As metodologias ativas aceleram o desenvolvimento de habilidades bastante requisitadas pelo mercado de trabalho hoje em dia, como a proatividade e o pensamento crítico.
Além disso, inserir o aluno de odontologia no contexto da prática desde cedo o conecta à realidade da área de atuação e às reais necessidades da população. Dessa forma, colabora para que sua atuação profissional, no futuro, seja mais ética.
Veja algumas habilidades desenvolvidas pelas aulas práticas:
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liderança: para construir uma carreira bem-sucedida, hoje em dia, qualquer profissional precisa ser capaz de solucionar problemas e mobilizar os companheiros de trabalho de forma amigável em direção a um objetivo comum;
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comunicação: o profissional da saúde precisa saber comunicar diagnósticos de forma acessível a todos os pacientes, traduzindo a linguagem técnica para uma que seja menos formal;
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concentração: quando se está lidando com saúde, é importante ser capaz de se desligar de tudo e manter o foco no paciente, porque qualquer movimento errado durante um atendimento pode acarretar sérias consequências;
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trabalho em equipe: independentemente de qual especialidade você siga no futuro, sempre haverá uma equipe lhe dando apoio, e é importante saber trabalhar em consonância com os outros profissionais. Afinal, todos têm o mesmo objetivo, que é o bem-estar do paciente;
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autoconfiança: ser responsável pela saúde das pessoas é assustador, mas a prática constante traz uma sensação de segurança para o profissional. Por meio dela, por exemplo, o dentista treina sua habilidade motora e pode trabalhar com cada vez mais precisão, evitando acidentes.
Além do desenvolvimento desse conjunto de habilidades, a aula prática também oferece algo muito valioso: ela permite que o aluno construa um aprendizado mais marcante e duradouro. Isso porque, como já dissemos, o cérebro processa o conhecimento adquirido de maneira mais ativa, tornando-o mais difícil de esquecer.
Quais são os benefícios das aulas práticas para a sociedade?
Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, 55,6% dos brasileiros não vão ao dentista anualmente. O correto é ir pelo menos uma vez a cada seis meses.
Outra pesquisa, divulgada pelo Conselho Federal de Odontologia em 2014, mostrou que 20% dos brasileiros não vão ao dentista por falta de dinheiro e que 20 milhões nunca tiveram acesso ao dentista.
Em um país onde tanta gente sequer frequentou um consultório odontológico, as práticas realizadas nas clínicas-escolas prestam um serviço fundamental à sociedade. Isso porque, nesses locais, os pacientes contam com uma equipe de atendimento e uma gama de serviços gratuitos ou a um preço acessível. E como os pacientes são atendidos por profissionais em processo de treinamento que têm muita gana de aprender, eles são extremamente beneficiados.
Dessa forma, as atividades de treinamento do aluno produzem um impacto positivo tanto para eles mesmos, que colocam em prática seus conhecimentos teóricos e aprimoram o currículo com trabalho comunitário, quanto para a população, que usufrui de atendimentos gratuitos e de qualidade.
Geralmente, esses atendimentos alcançam majoritariamente as pessoas que vivem perto do campus. Assim, a faculdade presta um papel importante à comunidade em que está inserida, exercendo seu compromisso social.
Qual é a grade curricular do curso de Odontologia?
Ciclo básico
A Odontologia, ao contrário do que muita gente pensa, não é focada apenas no estudo dos dentes. Ela também se dedica ao estudo do maxilar, dos ossos da face e de tudo mais que engloba o processo de mastigação.
Mas antes de se especializar nessa área, o profissional precisa compreender o funcionamento dos processos do corpo humano de maneira geral, principalmente os que se dão na região do rosto.
Por isso, como acontece nos demais cursos da área da saúde, a graduação de Odontologia é dividida em um ciclo básico e um ciclo específico. Nos primeiros semestres, as disciplinas adotam uma abordagem teórica e geral e são voltadas à formação na área de Ciências Biológicas e da Saúde.
Algumas disciplinas do ciclo básico são: Anatomia, Bioquímica, Fisiologia, Histologia, Patologia, Microbiologia, Genética, Farmacologia, Imunologia, Introdução à Metodologia Científica, Ética e Bioética.
A organização dos currículos pode variar de uma faculdade para outra, mas todas devem seguir as diretrizes do Ministério da Educação (MEC) que determinam os conteúdos do ciclo básico.
Ciclo específico
A partir do segundo ano do curso, os alunos já começam a estudar conteúdos mais específicos da profissão e a colocá-los em prática. As disciplinas vinculadas ao diagnóstico bucal dedicam parte de sua carga horária a treinar os alunos para o atendimento clínico dos pacientes.
Esse atendimento se torna integral a partir do terceiro ano da graduação. Nessa etapa, as atividades clínicas ocupam a maior parte da carga horária. Nos demais semestres, os alunos se especializam em clínica específica para adultos, para o público infantojuvenil e para pacientes de alta complexidade.
Além da prática nas clínicas, o aluno também precisa cumprir o estágio obrigatório supervisionado, que deve corresponder a 20% das 4.000 horas da carga horária total da formação. Também é necessária a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como requisito para a obtenção do diploma. A seguir, veja algumas das matérias mais importantes desse ciclo.
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Anatomia e Escultura Dental: o objetivo dessa disciplina é fixar o aprendizado sobre os aspectos morfológicos e funcionais dos dentes por meio da confecção de esculturas em cera. Nesse processo, enquanto reconhece as particularidades de cada elemento dental, o aluno também treina a coordenação motora.
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Dentística Restauradora: considerada uma das matérias mais importantes e estruturais do curso, ensina a executar restaurações e preparos cavitários (nas cavidades) utilizando os materiais odontológicos adequados.
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Estomatologia: ensina o graduando a identificar doenças dos dentes e da boca por meio da análise de sintomas, buscando a melhor prevenção e tratamento para cada caso.
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Periodontia: prepara o aluno para reconhecer as doenças e processos inflamatórios que acontecem na região periodontal (tecidos da gengiva e estruturas que sustentam os dentes). Ainda ensina, de acordo com o diagnóstico, a definir o plano de tratamento necessário, que pode ir da raspagem às cirurgias periodontais. Para isso, é preciso conhecer as técnicas dos procedimentos e os aspectos anatômicos, fisiológicos e bioquímicos da região.
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Anestesiologia: aborda tudo sobre as anestesias locais, das técnicas de aplicação intraorais às possíveis complicações.
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Cirurgia Bucomaxilofacial: desenvolve o conhecimento sobre a aplicação de técnicas cirúrgicas e anestésicas. Todas as etapas da cirurgia são estudadas, do pré ao pós-operatório, passando pela assepsia e instrumentalização.
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Saúde Coletiva: estuda as condições socioeconômicas da população e como o sistema de saúde se estrutura para oferecer a devida assistência. É uma matéria mais voltada para a formação humana e promove debates sobre como aperfeiçoar as práticas de atenção relacionadas à saúde bucal no Brasil.
Qual é o panorama do mercado de trabalho?
Você sabia que o Brasil é o país com o maior número de dentistas do mundo? De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), existem cerca de 300 mil profissionais da área em território nacional. O mercado dental brasileiro é o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
É quase um dentista para cada 700 pessoas. Apesar de todo esse volume, os profissionais são mal distribuídos. Só a região sudeste concentra 54% de todos os dentistas do país, o que provoca uma grande variação de salário.
Geralmente, quanto menor a concentração de dentistas em um lugar, maior a remuneração. Por isso, alguns dos maiores salários estão em cidades do interior e nas regiões norte e nordeste.
A maioria dos dentistas trabalha para o setor público, em programas como o Brasil Sorridente e o Saúde da Família, ou nos postos de saúde e hospitais do governo. Trabalhar para o setor particular ou como profissional autônomo são outras possibilidades na carreira de um dentista.
Quem pensa em empreender e montar o próprio consultório precisa ter em mente que a concorrência é bastante acirrada em cidades de médio e grande porte. Nesses lugares, destacar-se no mercado pode ser difícil, mas não impossível!
Gerenciar o próprio negócio é um desafio e, para isso, além dos conhecimentos odontológicos, o profissional precisa ter habilidades de empreendedorismo e gestão. Por isso, é bom verificar se a faculdade que você deseja cursar oferece disciplinas que ajudam a desenvolver essas aptidões voltadas para a administração.
As especializações mais promissoras para os profissionais autônomos são a de Odontopediatria, Implantodontia e Dentística Restauradora. O ramo de softwares odontológicos, que lidam com a gestão de clínicas e consultórios, é outra oportunidade em ascensão para os dentistas mais empreendedores.
Quais são as áreas de atuação de um profissional da Odontologia?
Um dentista pode atuar em diversas especialidades. Além das que já existem, várias outras têm surgido em decorrência da evolução tecnológica. Conheças algumas das áreas de atuação de um dentista.
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Clínica Geral: o profissional dessa área realiza os trabalhos mais comuns, como extrair um dente ou fazer uma limpeza. Responsável por acompanhar a saúde bucal do paciente e realizar procedimentos preventivos e curativos, é o clínico quem aplica flúor, trata as cáries, restaura os dentes e examina as radiografias.
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Ortodontia: depois da Clínica Geral, essa é, provavelmente, a área mais popular da Odontologia, sendo responsável por corrigir a posição da arcada dentária com a utilização de aparelhos fixos ou móveis.
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Implantodontia: responsável por implantes de próteses dentárias e procedimentos cirúrgicos em que o profissional insere um parafuso de titânio no interior do tecido ósseo onde houve a perda total ou parcial do dente. O titânio tem a propriedade de se integrar ao osso.
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Periodontia: cuida da saúde de tudo que está em volta dos dentes, ou seja, dos ossos que os sustentam e da gengiva, por meio de procedimentos como raspagens e cirurgias. A falta do trabalho de prevenção realizado pelo periodontista pode ocasionar inflamações de origem bacteriana, como placa, gengivite e periodontite.
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Endodontia: área responsável por cuidar dos tratamentos de canal. Trata alterações na polpa e na raiz dos dentes, avalia o nível de lesão do nervo e da raiz e verifica a necessidade de próteses. Apesar de, na prática, o canal ser feito por qualquer dentista, é o profissional dessa área que tem mais domínio sobre o assunto e que deve realizá-lo.
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Odontopediatria: especialidade que cuida da saúde bucal da criança e busca conservar a dentição decídua (de leite), que influencia no desenvolvimento da mastigação e da fala nos primeiros anos de vida. O profissional que atua na área precisa trabalhar com calma e paciência para que a criança não desenvolva traumas decorrentes dos procedimentos.
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Traumatologia e Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnostica e trata traumatismos, lesões e anomalias na boca, na face e no sistema de mastigação (composto por maxilar, mandíbula e gengiva). O dentista da área realiza cirurgias complexas, implantes, transplantes e enxertos para recuperar o aparelho mastigatório. Além disso, verifica o aparecimento de tumores, cistos e lesões provocadas por vírus, fungos e doenças.
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Odontologia Estética: também conhecida como Dentística Restauradora, essa especialidade é responsável por cuidar da estética bucal dos pacientes por meio de procedimentos como o clareamento dental e o peeling gengival. Restaura a forma e a função dos dentes e também lida com o bem-estar do paciente.
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Odontologia Legal: área recente, menos conhecida e com bom índice de crescimento nos últimos anos, ela é responsável pela emissão de laudos técnicos e pela realização de perícias judiciais que ajudem a identificar um corpo por meio da análise de sua arcada dentária. O profissional dessa especialidade também pode emitir pareceres técnicos em casos de maus-tratos a crianças e idosos. Está presente majoritariamente em universidades e Institutos Médicos Legais (IMLs).
Outras áreas de atuação em que um profissional graduado em Odontologia pode seguir são: Odontogeriatria, Odontologia em Saúde Coletiva, Odontologia do Trabalho, Radiologia, Acupuntura Odontológica, Odontologia do Esporte e Prótese Dentária.
Como a faculdade precisa dar suporte às aulas práticas?
Como você já deve ter percebido a essa altura, o volume de atividades práticas no curso de Odontologia é imenso. É por isso que essa graduação não existe na modalidade a distância. Ou melhor, é por isso que não há nenhum curso EAD de Odontologia reconhecido pelo MEC.
Para que as práticas sejam produtivas desde o começo, é essencial que a faculdade forneça a estrutura necessária. Além dos equipamentos permanentes nos laboratórios e clínicas, como a cadeira odontológica e a bomba a vácuo, por exemplo, é importante conferir se a instituição oferece os instrumentos móveis, como o amalgamador e o fotopolimerizador.
Durante o curso, a lista de materiais que o aluno precisa adquirir é muito grande. Portanto, caso a faculdade já ofereça alguns deles durante as atividades, o custo diminui para o aluno.
Também é importante que a infraestrutura oferecida acompanhe as novidades tecnológicas do mercado. Praticar em uma estrutura defasada que não condiz com a realidade pode atrapalhar os alunos quando eles realmente começarem a atuar como profissionais.
A estrutura moderna é um aspecto importante, mas não é o único que vai garantir um ensino de qualidade. O acompanhamento integral de professores qualificados e com experiência de mercado é fundamental para garantir que os procedimentos sejam realizados de maneira segura (principalmente quando há pacientes reais envolvidos).
Se você chegou até aqui, é porque provavelmente considera a Odontologia como uma opção de carreira. E caso você decida se aventurar nessa graduação, já viu que não vai ser moleza, certo?
O importante para um futuro profissional de sucesso é fazer o que gosta. E, para isso, você vai precisar de muita dedicação e de uma faculdade que ofereça uma excelente formação na área.
A UCEFF dispõe de uma ótima infraestrutura, com profissionais superqualificados para guiá-lo nessa jornada de aprendizado. Aqui, as aulas práticas no curso de Odontologia são realizadas em uma clínica moderna, com bastante acompanhamento e oferta de serviços à comunidade.
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