A relação entre a mulher e o mercado de trabalho, ainda hoje, é cercada por vários desafios. Para entender melhor o contexto, os direitos trabalhistas com isonomia e igualdade de gênero para o público feminino só foram firmados em 1988, há menos de 40 anos.
Com diversas lutas em busca de oportunidades para o desenvolvimento profissional, a trajetória da mulher no mercado de trabalho é bastante inspiradora. Embora ainda não seja um desafio concluído e existam diversos obstáculos que precisam ser eliminados, é possível observar uma maior participação feminina em vários ambientes de trabalho.
Neste post, entenda mais sobre os principais desafios e as maiores conquistas das mulheres no mercado de trabalho!
Como começou a história das mulheres no mercado de trabalho?
Na realidade, historicamente, as mulheres sempre trabalharam, seja dentro, seja fora de casa. No entanto, a conquista dos direitos de construir a própria carreira foi uma luta de séculos e que, no Brasil, só trouxe melhores resultados nos últimos 40 anos, com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
A Revolução Industrial marcou uma das entradas do papel feminino nas indústrias. Contudo, vale lembrar que essa participação foi marcada por salários desiguais, jornadas de trabalho abusivas e muito preconceito.
Foi só a partir do aumento dos movimentos comandados por mulheres que esse contexto começou a mudar. Com a conquista de direitos, como o de voto, em 1932, após o movimento sufragista, e até mesmo o de dirigir, também no mesmo ano, a voz feminina começou a ser mais ouvida.
Com o desenvolvimento dos processos industriais e a maior demanda por mão de obra, a participação feminina no mercado aumentou, e diversas conquistas foram observadas.
Quais os principais desafios profissionais enfrentados pelas mulheres?
Embora o contexto da atuação feminina no mercado de trabalho já não seja como antes, ainda existem diversas dificuldades que precisam ser enfrentadas. Desde já, vale destacar que a superação de tais desafios não depende apenas das mulheres, mas de um trabalho em conjunto da sociedade.
Afinal, a presença de mulheres no mercado de trabalho só tem a oferecer benefícios, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima. Segundo a organização, com a abertura de oportunidades para a atuação feminina, a economia brasileira poderia crescer em até 382 bilhões de reais.
Sendo assim, é do interesse de todos que os desafios profissionais enfrentados pelas mulheres sejam superados. A seguir, veja alguns exemplos do que ainda é preciso combater!
Preconceito
O mercado de trabalho ainda apresenta uma forte resistência na inclusão de mulheres, devido a uma série de preconceitos. Justificativas como a maternidade, período menstrual e, até mesmo, etarismo, são utilizadas para manter a figura feminina à margem de cargos mais altos, ainda que haja qualificação profissional.
Diferença salarial
Apesar de dados que indicam que a presença das mulheres no mercado de trabalho tende a promover o desenvolvimento econômico do Brasil, o que é visto, na realidade, não são as mesmas oportunidades entre os gêneros. Isso vale também para a remuneração.
Ainda existe uma enorme diferença salarial entre mulheres e homens que desempenham as mesmas funções no mercado brasileiro. O relatório do Fórum Econômico Mundial, de 2022, sobre a lacuna de gênero, aponta o Brasil como o 94° país, em um ranking internacional com 153 nações, com maior igualdade de salários.
Múltipla jornada
Vale destacar também que muitas mulheres não enfrentam uma jornada única de trabalho. As atividades domésticas, a maternidade, os estudos: todas essas jornadas múltiplas, muitas vezes, são conciliadas com a vida profissional.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as mulheres trabalham cerca de 7,5 horas semanais a mais que o público masculino. Além disso, mais de 90% dizem realizar atividades não remuneradas no dia a dia, incluindo o trabalho doméstico.
Assédio
Quase 100% das mulheres afirmam sofrer assédio sexual e/ou moral em ambientes públicos, e 33% delas revelam já ter passado por esse tipo de situação no trabalho. Esse é mais um dos principais desafios no caminho de reconhecimento profissional e, principalmente, na valorização da figura feminina no mercado.
Síndrome de impostora
Ainda com todos esses desafios, diversas mulheres conseguem atingir seus objetivos profissionais. No entanto, por conta de toda a construção da imagem feminina no mercado, algumas delas enfrentam o que chamamos de síndrome de impostora.
Isso significa que uma parte desse público feminino, que tem um bom desenvolvimento de carreira, não se sente merecedora das conquistas, sobretudo ao ocupar cargos mais altos.
Quais são as principais conquistas das mulheres no mercado de trabalho?
Apesar de vários desafios, existem também grandes conquistas das mulheres no mercado de trabalho. A seguir, confira algumas delas!
Troca de experiências
A abertura ao diálogo sobre a carreira feminina é um passo importante para a troca de experiências e a conscientização sobre o papel das mulheres no mercado de trabalho. Nos últimos anos, diversos coletivos e organizações se movimentaram para tratar sobre esse assunto na mídia e em espaços corporativos, aumentando a visibilidade para a pauta de igualdade de gênero.
Liderança feminina
Outro movimento em crescimento é o de liderança feminina, no qual cada vez mais mulheres atingem cargos executivos e gerenciais. No Brasil, essa taxa era de 38% em 2022. Embora ainda haja uma desigualdade competitiva de gênero nesse tipo de posição, essa é uma grande conquista.
Empreendedorismo
Isso se deve também a um maior público feminino abrindo o próprio negócio e aprendendo mais sobre empreendedorismo. Atualmente, existem cerca de 30 milhões de mulheres conduzindo a própria empresa, de acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Essa é uma realidade que traz ainda mais inspiração e inovação ao mundo corporativo.
Flexibilidade de horário
Uma maior flexibilidade no horário de trabalho permite que mulheres consigam conciliar diferentes jornadas com mais facilidade e se empenhar ainda mais no desenvolvimento profissional. Esse é um resultado, sobretudo, do período pós-pandemia, com o aumento do modelo híbrido de trabalho.
Acesso à educação
Vale a pena destacar também a presença da mulher nas instituições de ensino. Segundo o estudo Estatísticas de Gênero — Indicadores sociais das mulheres no Brasil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o público feminino no Ensino Superior, atualmente, atinge a faixa de 29,7%, cerca de 8% a mais que os homens.
Como visto, a mulher e o mercado de trabalho sempre tiveram uma relação desafiadora. Infelizmente, isso ainda não deixou de ser uma realidade. No entanto, com resultados cada vez mais promissores, é possível esperar um futuro com mais igualdade de gênero, principalmente com mais diálogo sobre o assunto e incentivo à preparação profissional.
Gostou deste post? Então, acompanhe nossos perfis nas redes sociais para ver mais conteúdos interessantes. Estamos no Facebook, Instagram, YouTube e LinkedIn!