Gramática no vestibular: quais são as regras mais cobradas?

6 minutos para ler

Mesmo entre os estudantes que gostam de ler e escrever, a gramática não ocupa a posição de favorita entre as matérias do Ensino Básico. O motivo, provavelmente, é a grande quantidade de regras que ela traz — sem falar, é claro, na quantidade ainda maior de exceções.

Pensando nisso, preparamos um artigo exclusivo falando sobre as 5 regras de gramática no vestibular que você definitivamente precisa saber. Caneta e papel na mão — e tome nota!

1. Uso da crase

A crase provoca muitas dúvidas, e acabamos vendo o acento grave ser usado onde não deveria. Mas qual é a verdadeira regra para esse ponto de gramática?

A crase é o sinal gráfico que indica a junção da preposição “a” (“para”) com o artigo feminino “a” — ou “as”. Veja um exemplo:

Eu vou à casa da minha mãe.

[Eu vou a (para) + a casa da minha mãe.]

Se essa é a regra, fica bem fácil entender quando não se usa crase, certo? Não se usa crase, se não tem preposição “a” ou se não tem artigo feminino “a”, “as”.

Estou a dois minutos da casa da minha mãe.

Neste caso, temos apenas a preposição, mas não o artigo feminino.

Por fim, se temos a preposição “a”, mas o artigo é masculino, não há crase. Nesse caso, ocorre a contração “ao”, “aos”.

Eu vou ao shopping.

[Eu vou a (para) + o shopping.]

Uma última dica: como, em vários casos, o uso do artigo é opcional, a crase também pode ser optativa (nesses casos). Portanto, se tiver de chutar, não use o sinal gráfico! Sua chance de acertar é maior assim.

2. Orações subordinadas adjetivas

Existem dois tipos de orações subordinadas adjetivas. Uma delas tem a função de restringir o sujeito da oração principal — Oração Subordinada Adjetiva Restritiva — e outra, de explicar alguma coisa sobre esse sujeito — Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.

O problema é que, na maioria dos casos, uma subordinada adjetiva pode ser de qualquer um desses tipos; o que vai distinguir é apenas o uso da vírgula. Então, se você não quiser ter problemas com esse tópico de gramática no vestibular, é melhor lembrar da regra.

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: sem vírgulas.

Os motoristas que ultrapassaram o sinal vermelho foram multados.

Nesse período, temos a informação de que alguns motoristas ultrapassaram o sinal e outros, não. Somente os que fizeram isso foram multados.

Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: com vírgulas.

Os motoristas, que ultrapassaram o sinal vermelho, foram multados.

Neste período, temos a informação de que todos os motoristas ultrapassaram o sinal e foram multados. Como não existem motoristas que não ultrapassaram o sinal, a oração subordinada passa a ser apenas uma caracterização, uma explicação.

Questões envolvendo esses dois tipos de oração são muito usadas quando o vestibular trabalha com interpretação de textos — como notícias de jornal ou tirinhas de quadrinhos. Fique atento!

3. Pontuação

A pontuação não é apenas um recurso para deixar o texto mais bonitinho. Ela também pode mudar completamente o sentido de um texto, como vimos no caso das Orações Subordinadas Adjetivas. Portanto, se você quer arrasar em gramática no vestibular, aqui vão algumas dicas:

  • Nunca separe o sujeito do restante da oração com vírgula ou outra pontuação. Por exemplo:
    • Eu, vou estudar para o vestibular.
    • Minha irmã, é uma grande advogada.
  • Na hora de enumerar listas, não misture vírgulas com ponto e vírgula. Use um ou outro. Se escolher ponto e vírgula, lembre-se de que não é preciso usar “e” no final da lista. Por exemplo:
    • Comprei maçãs, peras, abacaxis e uvas.
    • Comprei: maçãs; peras; abacaxis; uvas.
  • Lembre-se de que o vestibular não é rede social. Quando escrever na prova, não abuse dos pontos de exclamação ou interrogação.

4. Coesão textual

A coesão textual é a prática de dar sentido a um texto, usando os recursos certos para reunir suas partes. Então, quando falamos em coesão, geralmente, falamos sobre o uso correto das conjunções.

No tópico da coesão, um dos maiores problemas enfrentados pelos estudantes, ao fazer exercícios de gramática no vestibular (ou mesmo na hora da redação), é o uso incorreto das conjunções ou a repetição. Então, que tal conhecer algumas conjunções mais complexas?

  • para substituir “e” (aditivas): bem como; assim como; não apenas X, como também Y;
  • para substituir “mas” (adversativas): porém; todavia; contudo; no entanto; entretanto;
  • para substituir “ou” (alternativas): ora X, ora Y; quer X, quer Y;
  • para substituir “por isso” (conclusivas): portanto; por conseguinte.

E aqui vai uma dica especial para evitar pegadinhas. Cuidado com as conjunções concessivas! Elas são fáceis de confundir com as adversativas. Um exemplo é “embora”:

Embora fossem amigos, tiveram que parar de se falar.

Observe que a conjunção concessiva sempre fica com a parte mais “fraca” da oração. Portanto, você pode usá-la quando quiser dar menos ênfase a um determinado fato. Observe como é diferente do uso de uma adversativa, que se prende à parte mais forte da sentença:

Eram amigos, porém, tiveram que parar de se falar.

5. Palavras e expressões

Algumas palavras e expressões podem causar dúvida no sentido, especialmente por serem muito parecidas. Você não vai cair em nenhuma pegadinha de gramática no vestibular, se você se lembrar que:

  • “sob” significa embaixo e “sobre” significa em cima;
  • “ao encontro de” significa que duas coisas são compatíveis, e “de encontro a” significa que são incompatíveis;
  • “a fim de” significa com o objetivo de, e “afim” significa parecido ou semelhante;
  • “menos” é um advérbio e, portanto, não sofre flexão de gênero. Não existe “menas”;
  • “mas” é conjunção adversativa, que nega o que veio antes, “mais” é o oposto de menos;
  • “mal” é advérbio, oposto de bem. “Mau” é adjetivo, oposto de bom. Aproveitando: somente o adjetivo sofre flexão! Mau pode tornar-se má, maus ou más.
  • o correto é “meio-dia e meia”, pois o termo “meia” refere-se à hora — meio-dia e meia hora.

E então, algumas das suas dúvidas sobre gramática no vestibular foram resolvidas? Ótimo! Mas não se esqueça de que ler a teoria não é o suficiente. Para garantir um bom desempenho na prova, é preciso também praticar.

Resolva o máximo de exercícios que puder! Faça simulados! Assim, você vai entender melhor as regras e exceções dessa matéria.

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