Engenharia Civil: o que você precisa saber sobre o curso e carreira

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Um dos momentos mais importantes e decisivos na vida de alguém é quando a pessoa vai escolher qual carreira deseja seguir para o resto de sua vida. Antes de tomar qualquer decisão, é essencial buscar o máximo de informações possíveis, a fim de orientar os rumos de um futuro promissor. Nesse sentido, uma das carreiras mais procuradas é a engenharia civil.

A engenharia é sempre um dos cursos mais concorridos em todos os vestibulares do Brasil, não só devido à tradicionalidade da carreira, mas também ao crescimento do mercado. Infelizmente, muitas das informações amplamente difundidas na imprensa a respeito dessa área estão repletas de limitações e lugares-comuns. As oportunidades e opções de especialização em Engenharia Civil são muito mais complexas e abrangentes do que tais noções permitem supor.

Pensando nisso, ao longo deste artigo, abordamos essa carreira — explorando questões que vão desde as matérias estudadas na faculdade e o perfil de profissional ideal, até itens como possibilidade de atuação e demanda do mercado atualmente. Boa leitura!

As particularidades da Engenharia Civil

A Engenharia é sempre uma das áreas mais prestigiadas e procuradas. Afinal, a própria ideia de se tornar um engenheiro é, de fato, muito atraente para um grande número de jovens estudantes. No entanto, assim como ocorre em diversos outros campos, essa área possui todo um conjunto de subdivisões, ou seja, há substanciais diferenças entre as engenharias.

Em outras palavras, não existe apenas um, mas, sim, vários segmentos no interior da Engenharia, cuja atuação apresenta enormes distinções entre si. Confira, abaixo, algumas das principais modalidades, bem como as características e especificidades de cada uma, dispostas no intuito de evidenciar seus contrastes em relação à Engenharia Civil.

Engenharia mecânica

O propósito da engenharia mecânica é efetuar a construção, o desenvolvimento e a manutenção de diferentes tipos de máquinas que, por sua vez, são utilizadas nos mais variados segmentos do mercado.

Frequentemente, o senso comum tende a associar essa divisão da engenharia a carros ou motocicletas, seja dentro de uma indústria automobilística ou em algum empreendimento que envolva o conserto de automóveis, por exemplo.

Contudo, o engenheiro mecânico também pode trabalhar com outros equipamentos, como máquinas agrícolas e industriais.

Engenharia elétrica

A engenharia elétrica, por sua vez, como se pode imaginar, lida com tudo aquilo relacionado à energia elétrica. Esse profissional, também conhecido como engenheiro eletricista, pode atuar em trabalhos que envolvem a geração de energia elétrica, sua utilização em circuitos, componentes etc.

Um engenheiro eletricista pode trabalhar, por exemplo, em uma companhia de fornecimento de energia ou, ainda, em uma usina hidrelétrica.

Engenharia química

Vale a pena ressaltar que química e engenharia química não são a mesma coisa e nem apresentam as mesmas aplicações. O que há de comum entre esses dois ramos é o fato de ambos lidarem com o controle e a manipulação de reações químicas. No caso da engenharia química, a diferença reside no direcionamento dessas reações para a utilização em processos industriais.

Um engenheiro químico pode trabalhar, por exemplo, em uma indústria que atua com produtos derivados do petróleo.

Engenharia civil

A engenharia civil é a mais conhecida de todas. Quem forma nesse curso, trabalha na elaboração de projetos de construção civil, assim como no monitoramento da execução dessas obras.

Porém, a engenharia civil não se resume apenas o planejamento e à construção de imóveis, estando ligada também à gestão de projetos de construção em geral, à segurança do trabalho, ao saneamento e, até mesmo, à engenharia de trânsito.

Além disso, é preciso salientar que há diferenças entre engenharia civil e arquitetura. Resumidamente, a engenharia civil pertence à área de Exatas, enquanto a arquitetura está ligada, também, ao âmbito das Ciências Humanas.

Enquanto o arquiteto conecta-se com o projeto do espaço em si, bem como com a estética e a funcionalidade do ambiente, o engenheiro civil concentra-se na execução das obras, gerenciando todo o processo de construção, desde o terreno até o acabamento final.

O perfil do profissional ideal para a área de engenharia

A carreira em engenharia civil é incrivelmente extensa, abrangente e diversificada, envolvendo uma série de conhecimentos e práticas. Logo, o perfil ideal para a área envolve habilidades que apontam para um profissional multifacetado e polivalente, que possui inúmeras aptidões.

O engenheiro civil deve ser o mais completo possível, uma vez que o mercado demanda profissionais multitarefas. Outro requisito importante para quem deseja se tornar um engenheiro é a habilidade de trabalhar em equipe. Um engenheiro civil terá de lidar com um número razoável de pessoas e, não raro, coordenar os trabalhos de todo o pessoal envolvido, independentemente de qual nicho específico ele vai atuar.

Por isso, é imprescindível saber dialogar bem com os colegas de trabalho. Nesse sentido, é igualmente relevante possuir habilidades de liderança, para que o engenheiro possa motivar seus colaboradores a executar as tarefas com eficiência.

Além disso, o engenheiro civil precisa ser uma pessoa proativa, que demonstra capacidade de iniciativa e criatividade, a fim de encontrar soluções para os desafios que surgem — e não são poucos!

Outro aspecto crucial é que o profissional de engenharia civil necessita lidar bem com números. Isso porque a engenharia engloba um contingente infindável de cálculos. Por exemplo: um engenheiro civil que gerencia a construção de um edifício em um centro urbano precisa calcular a área utilizada para a obra, o tamanho do terreno, a quantidade de materiais necessários, o tipo de solo e assim por diante.

É interessante, ainda, que o profissional tenha facilidade para aprender e usar novas tecnologias, pois a TI tem influenciado muito a área. Portanto, buscar maneiras de aplicar as inovações e os sistemas tecnológicos pode ser muito útil.

A rotina de trabalho do engenheiro civil

A rotina de trabalho do engenheiro civil dependerá, em grande medida, da natureza específica de sua atuação. Uma das carreiras mais comuns nessa área é o ramo da construção civil, que envolve estudar e analisar os terrenos em que serão feitas as construções. E o engenheiro é o responsável por realizar todas as medições e cálculos.

O engenheiro civil deve se responsabilizar pela elaboração do projeto da obra e também gerenciar todas as etapas da construção. Ele deve, ainda, mensurar todos os materiais que serão utilizados, bem como a resistência e a qualidade dos produtos e também das estruturas da edificação.

Entre suas principais atribuições encontra-se a elaboração e o planejamento de orçamentos e cronogramas, a liderança de equipes, a observância de prazos, a supervisão de todos os gastos e custos, com o objetivo de assegurar que a obra está em conformidade com as normas e as leis vigentes.

O engenheiro civil deve prezar pela segurança no ambiente de trabalho, garantindo que todos possam trabalhar sem prejudicar a sua saúde ou integridade durante a execução das atividades laborais na obra.

A atual média salarial oferecida no Brasil

No que se refere ao mercado de trabalho para a área de engenharia civil, há muitas possibilidades de carreira e oportunidades de atuação profissional nos mais diferentes segmentos.

A média salarial atualmente oferecida no Brasil depende, mais uma vez, da natureza específica da área na qual o profissional escolhe atuar. Em alguns setores, os salários costumam ser bastante elevados, ao passo que, em outros, a remuneração deixa um pouco a desejar.

É ideia corrente que os ganhos de um engenheiro civil são bem altos — e isso, muitas vezes, é verdade. Porém, nem sempre é assim. Elementos, como as especificações do trabalho a ser desenvolvido e a cidade, influenciam para deixar a remuneração inicial em níveis relativamente baixos, variando entre R$ 1 mil e R$ 1.500,00.

Por outro lado, dependendo da área a da região que o engenheiro atua, os ganhos podem ficar entre R$ 1,5 mil a R$ 4 mil reais, isso no início da carreira. Em um nível intermediário, o salário médio mensal varia entre R$ 3 mil a R$ 5 mil. No ápice da carreira, os ganhos de um engenheiro podem oscilar entre R$ 10 mil a R$ 20 mil reais por mês.

Assim como ocorre em outras carreiras, existe um piso salarial para um engenheiro civil — algo em torno de R$ 3 mil reais para iniciantes.

Conforme determina a lei, os ganhos mínimos mensais de um engenheiro estão ligados ao salário-mínimo nacional e à carga horária diária. Se um engenheiro trabalhar 7 horas por dia, então, a sua remuneração será de 7 salários-mínimos. Se ele trabalhar 9 horas, sua remuneração será de 9 salários-mínimos, por exemplo.

Na prática, a situação se mostra um pouco diferente. De acordo com a Catho, a remuneração de um estagiário pode ser de R$1.200,00; para a categoria de trainee, esse valor se eleva para uma faixa que vai de R$ 2.800 a R$ 5.400.

Conforme os dados apresentados pela referida instituição, um engenheiro do nível júnior ganha algo em torno de R$ 5 mil; o pleno, cerca de R$ 7.800; e o sênior, por volta de R$ 12 mil.

Como a profissão tem bastante reconhecimento e valorização, algumas empresas que contratam os engenheiros tendem a custear todas as despesas quando necessitam que o profissional se desloque para realizar projetos em outras cidades.

As principais matérias estudadas no curso

Durante os primeiros semestres do curso de engenharia civil, as matérias estudadas são similares àquelas das demais modalidades da área de engenharia. Boa parte das faculdades brasileiras determina que os dois primeiros anos de curso sejam compostos por matérias comum a todos os campos.

Após esse período inicial e básico, as turmas se separam e os alunos devem escolher qual área da engenharia querem seguir. A partir disso, eles começam a estudar disciplinas específicas, de acordo com a especialização escolhida.

Segundo as determinações impostas pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC), os cursos de graduação em engenharia precisam ser configurados em disciplinas básicas, disciplinas profissionalizantes e disciplinas específicas.

As disciplinas básicas chegam a compor até 30% da carga do curso, e estão relacionadas à matemática, física, química, eletricidade básica, informática, economia, metodologia, expressão, administração e comunicação.

No caso das disciplinas profissionalizantes, elas integralizam 15% do curso e abrangem tópicos como algoritmos, estrutura de dados, eletrônica digital, circuitos, compiladores, eletrônica analógica, instrumentação, gestão ambiental, gestão tecnológica, gestão econômica, logística e transporte.

Já as disciplinas específicas ocupam os 55% restantes do curso e tratam conteúdos que se aprofundam em especificidades próprias da engenharia civil.

Para formar no curso, é preciso entregar o famoso TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Como o grau obtido no curso de engenharia é o de bacharel — que se relaciona não só à prática da profissão, mas também ao âmbito da pesquisa — o graduando deve elaborar uma pesquisa temática na área e, após a confecção do trabalho final, ele é avaliado por uma banca composta por professores da faculdade.

Se for aprovado, o estudante será considerado apto a se graduar como engenheiro civil. Caso contrário, precisará ficar mais um tempo no curso, algo em torno de um ano (em algumas instituições, pode ser um pouco mais), para elaborar novamente o trabalho de conclusão e a pesquisa correspondente.

As opções de estágio e aprendizado para o aluno

Um dos requisitos indispensáveis para a obtenção da aprovação e, consequentemente, do diploma em engenharia civil, é a realização do estágio supervisionado — que deve possuir, no mínimo, 160 horas. É fundamental reforçar a importância desse estágio, pois, sem a sua realização o aluno fica impedido de se formar e, obviamente, de completar sua graduação.

A faculdade, representada na figura do professor responsável por essa disciplina, faz o monitoramento de todo o processo de estágio do estudante, exigindo a entrega de um relatório ao final.

Dependendo da cidade onde o futuro engenheiro está se formando, ele pode ter algumas dificuldades para conseguir estagiar em uma empresa. Isso se dá pelo fato de que a quantidade de vagas disponíveis está diretamente ligada ao crescimento urbano.

No entanto, trata-se de um período muito importante na formação do engenheiro civil, pois é durante esse momento, em especial, que ele poderá observar e aplicar — na prática — tudo aquilo que é visto durante a graduação, enriquecendo sua formação e sendo considerado um diferencial para o currículo.

Uma maneira de procurar estágio é observar a seção específica para isso na instituição de ensino. Outra opção é se cadastrar em empresas especializadas em vagas para a engenharia, como a NUBE e a CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola).

Além disso, há algumas opções de estágio em empresas públicas, ou seja, aquelas ligadas ao governo — municipal, estadual ou federal. O aluno pode, ainda, estagiar em algum empreendimento ligado a um grande evento. Mais uma possibilidade de estágio é dentro de construtoras e empresas que gerenciam obras e escritórios de projetos.

As possibilidades de atuação no mercado

Como mencionado, uma das carreiras mais procuradas na engenharia civil é o ramo de construção civil, que engloba a elaboração de projetos de construção, execução e monitoramento as obras. O setor de construção civil costuma ser um dos mais fortes do mercado e, assim, é um dos que mais demandam mão de obra.

Historicamente, a construção civil sempre foi um nicho muito forte e abundante de oportunidades de trabalho, pelo fato de que as demandas são praticamente infinitas, ou seja, há uma grande necessidade de novas construções.

Para aprofundar o tema, citamos as seguintes áreas como sendo as mais prósperas do setor:

  • saneamento;
  • construção de estruturas complexas;
  • construção de pontes;
  • concreto armado e elementos pré-fabricados;
  • engenharia de trânsito;
  • segurança do trabalho;
  • redes elétricas;
  • redes hidráulicas;
  • obras industriais;
  • construção pesada;
  • tecnologias de materiais de construção;
  • criação de equipamentos voltados para a construção civil;
  • projetos de estrutura de aço e demais metais;
  • projetos de estrutura de madeira;
  • projetos de estruturas aplicadas à construção civil;
  • desenvolvimento de projetos;
  • implantação de fundações;
  • obras de terras para suporte de estruturas;
  • obras de adutoras;
  • regularização de canais e rios;
  • drenagem urbana;
  • estações de tratamento de água e esgoto;
  • obras portuárias;
  • gestão de recursos hídricos;
  • construção de rodovias, ferrovias, navegação fluvial e marítima, aeroportos e afins;
  • logística de transporte;

Pode-se dizer que existem dezenas de áreas possíveis para a atuação de um engenheiro civil. Esse profissional pode, inclusive, ter uma área de preferência e especialização, mas é interessante que se mostre um engenheiro versátil, capaz de atuar em segmentos distintos.

Um ponto relevante a ser levado em conta é que a porcentagem de oportunidades de trabalho pode variar, também, de acordo com a cidade e/ou região onde o engenheiro está situado.

Algumas localidades apresentam um mercado bastante saturado, em uma ou mais áreas, sendo necessário, por extensão, que o profissional selecione outras opções ou vá se aventurar em outro setor de atuação. Outra sugestão é mudar de região, para buscar algum local que ofereça boas oportunidades de atuação na área de maior afinidade.

Entre as diversas possibilidades de lugares para se trabalhar no país, a região Sudeste ainda é bastante promissora no que se refere a oportunidades de trabalho. Entretanto, as regiões Norte e Nordeste vêm apresentando um significativo crescimento nesse mercado.

A demanda das empresas por qualificação diferenciada

O mundo contemporâneo passou por diversas transformações e o país tem atravessado alguns momentos de crise política e econômica — e isso afetou algumas áreas, especialmente aquela ligada à construção civil. Por isso, a demanda por mão de obra no setor teve uma queda durante alguns anos, mas isso já está sendo normalizado e com o reaquecimento da economia, haverá também maior demanda por mão de obra especializada na construção civil.

O mercado de trabalho é altamente exigente, e isso demanda uma formação de qualidade — além de alguns diferenciais que destacam o profissional entre outros candidatos a uma vaga. Por isso, além do diploma, é interessante ter um bom domínio dos softwares utilizados na Engenharia, como aqueles do tipo CAD. Cursos de pós-graduação também são recomendados — uma especialização ou um MBA agrega valor ao currículo!

Além dos cursos de especialização e dos cursos técnicos, é interessante participar de cursos de idiomas. Hoje, o inglês é considerado o básico, sendo preciso, então, aprender uma terceira língua. Cursos de aperfeiçoamento também são fundamentais para se atualizar sobre as boas práticas e inovações da área. Outra recomendação é participar de congressos, seminários e palestras sobre os temas abordados no dia a dia do profissional. Além de conhecer novas técnicas e materiais, essa é uma ótima oportunidade para praticar networking e aumentar sua rede de contatos e possibilidades de trabalho.

Como visto, o profissional hoje, independentemente da área de atuação escolha, deve se manter atualizado nos conhecimentos e práticas. Não há como atingir esse objetivo sem estar disposto a continuar estudando ao longo de toda a carreira.

As opções de especialização após a formatura

Dada a quantidade de requisitos que o mercado espera do engenheiro civil é de grande utilidade conhecer as principais opções de especialização na área após a formatura, a fim de garantir uma boa empregabilidade:

  • construção urbana: é a área de atuação onde o engenheiro civil cuidará da elaboração de projetos, construção e reforma em diferentes tipos de edificações urbanas, tais como prédios, casas, estádios, garagens, hospitais etc.;
  • materiais de construção: nesse ramo, o engenheiro ficará responsável por estudar e analisar os diferentes materiais que são utilizados em uma construção, além de escolher quais são os mais apropriados para a obra, levando em conta não só a durabilidade, mas também o tipo de solo, a estrutura da construção e outros fatores, como temperatura do ambiente e intempéries;
  • transporte e infraestrutura: nesse segmento, o engenheiro civil cuidará de obras de grande porte e/ou complexidade, majoritariamente aquelas ligadas à infraestrutura do país, como portos e aeroportos, rodovias e ferrovias.

A engenharia civil como opção de carreira

Como pode ser observado, a engenharia civil se mostra como uma excelente opção de carreira. Além de desfrutar de grande prestígio, reconhecimento e valorização profissional, o setor de construção civil tem apresentado um aquecimento animador, o que impulsiona ainda mais o interesse pela área.

Portanto, a engenharia civil se configura como uma área promissora, podendo trazer muitos ganhos e satisfação pessoal para quem a escolher como profissão.

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